Como já disse nesse post aqui, a medida que esse blog for crescendo, as pessoas irão conhecendo um pouco mais sobre mim. Quando eu era criança e morava em Canoas (RS), eu tinha uma amiga Surda, a Isabel. A mãe dela não tinha parte do antebraço direito mas isso não impedia que ela enfeitasse a irmãzinha mais nova da Bel como uma boneca, fazendo penteados fofos e enchendo de penduricalhos no cabelo. Por ela ser surda e ter uma maneira própria de se comunicar – que ainda não era a Língua Brasileira de Sinais – ninguém brincava com a Isabel.
Aos sete anos, eu era a única que se dispôs a se aproximar da família para entender como a Isabel entendia o mundo. E valeu a pena. Isabel era um pouco mais velha que eu e muito divertida. Sempre cheia das novidades.
Na foto do meu aniversário de sete anos, Isabel é a segunda menina que está a minha direita.
Talvez isso tenha despertado em mim uma vontade que seguiu na vida adulta de ser Intérprete de Libras. Por falta de oportunidades, fiz duas vezes o nível um, duas vezes o nível dois e uma disciplina optativa na faculdade chamada Cultura Surda Libras. A falta de oportunidades se refere ao fato de eu nunca ter conseguido fazer um curso completo que me desse a habilitação em Intérprete de Libras. Sou tradutora e intérprete em Inglês (naquelas, né...), Jornalista formada com ênfase em Multimeios mas o título de Intérprete de Libras ainda não tenho. Por enquanto. E nem de audiodescritora... tá, logo falo disso também.
Vamos ao aplicativo:
Curti o nome: Isy, que na verdade, segundo o desenvolvedor, são as iniciais da frase I see you (Eu vejo você), baseado no filme Avatar (que eu não vi e nem tenho curiosidade). O objetivo do sistema desenvolvido para aparelhos Android é alertar o deficiente auditivo, por meio da vibração do celular, barulhos altos e fora do padrão, como o som de buzinas no trânsito, por exemplo.
Ele é configurável para detectar sons numa escala de 1.0 a 10. Quanto menor é a escala, maior é o som que ele capta. Na tela, os sons ambientes se transformam em ondas coloridas o que permite que o deficiente auditivo possa “enxergar” o som por meio dos desenhos que se formam.
A ideia é interessante, porém pouco prática. Vale lembrar que é a opinião de alguém que não tem a deficiência em questão. Configurei o aplicativo e em ambiente bastante barulhento, como é o caso de ruas movimentadas, ele vibra por outros sons que podem ser relevantes ou não. Ele vibra com sons de buzinas sim, mas esses sons são aleatórios. Se você estiver andando pela calçada não sabe se ele vibrou pela buzina do carro ao lado ou por uma bicicleta atrás de você. Além disso, são muitos sons para serem detectados e é muito difícil do sistema entender quais são os que realmente interessam.
Talvez, para outras tarefas como avisar quando algo no micro-ondas está pronto (não testei essa funcionalidade porque o nosso micro-ondas estragou. Blé!) ou outros sons da casa como despertador, alarmes de carro, de casa ou algo mais específico, ele funcione bem.
O Isy, embora não apareça nenhum ícone na barra de status, roda em segundo plano, ou seja, funciona sem que você precise manter ele aberto o tempo todo.
No geral é uma versão que pode ser melhorada com o tempo e a colaboração dos usuários embora a ideia seja ótima. Se você é deficiente auditivo e irá testar esse app, deixe a sua impressão nos comentários.
Detalhes do aplicativo:
- Nome: ISY
- Tipo de deficiência: auditiva
- Função: detectar sons e fazer o celular vibrar quando houver sons mais altos que o padrão do ambiente.
- Minha avaliação: de 1 a 5 → 3
- Sistema operacional: Android
- Preço: Gratuito
- Desenvolvedor: William Barbosa – wbs.developer@gmail.com
- Link para download no Google Play
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