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“Chegou uma pessoa com deficiência. E agora?”

sexta-feira, 16 de agosto de 2013
[Texto originalmente escrito por mim e publicado na Revista CDL News nº 7, Pag. 38]


O receio de atender de maneira inadequada ou ofensiva a pessoa com deficiência muitas vezes resulta em situações constrangedoras ou omissões que podem custar uma boa impressão e, lógico, clientes em potencial. Por isso, hoje abordo dicas úteis que podem lhe ajudar a ver que bom senso e respeito é a chave do bom atendimento a qualquer pessoa, inclusive a com deficiência:

Cegos e deficientes visuais: nem sempre o deficiente visual usa óculos escuros e porta uma bengala. Entre as pessoas com visão considerada normal e o cego, existem as com baixa visão que, com suas particularidades, enfrentam muita dificuldade no dia-a-dia.
  • Em caso de restaurantes, tente descrever outras opções de alimentos semelhantes ao que foi pedido ou experimente oferecer algo diferente. Assim como os tipos de serviços que podem ser encontrados no local como almoço, lanches, confeitaria e mercearia, por exemplo. Descreva os pratos e tudo o que for servido.
  • Descreva os locais por aonde conduz a pessoa. Isso possibilita que ela crie o mapa mental do espaço em que está.
  • No caso de lojas, descreva sempre o modelo, cor, estampas e fale da diferenças de valores entre produtos. Não omita informações sobre promoções, descontos e formas facilitadas de pagamento.
  • Se for dar o troco em dinheiro, descreva como ele está sendo ordenado. Exemplo: “R$ 25,50. Duas notas de dez reais, duas de dois reais e duas moedas: uma de um real e outra de cinqüenta centavos”.
Surdos ou deficientes auditivos: se vivêssemos em um país perfeito, todos os brasileiros, além do Português, teriam o conhecimento da Língua Brasileira de Sinais que, desde 2002, por meio da Lei 10.436, torna o Brasil um país bilíngüe. Porém, infelizmente, estamos longe dessa realidade, mas não impedidos de tratarmos a pessoa surda com o respeito que toda pessoa merece.
  • Se não souber Língua de Sinais, seja cordial, calmo e bastante claro ao falar. A maioria das pessoas surdas faz leitura labial e articular bem as palavras, ajuda.
  • Não grite. Se a pessoa for surda ela não vai lhe ouvir mesmo que você use um auto-falante. E o que é pior: vai ficar constrangida. Se a pessoa tem perda de audição e pedir para que você fale alto, faça, lembrando que, falar alto é diferente de fazer escândalos.
  • Em caso de dúvidas, não se constranja em usar papel e caneta.
  • Nem todo surdo conhece Libras, portanto a regra da clareza serve pra todos.
Cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida: O ideal é que seu estabelecimento seja adaptado: rampas, banheiros, espaços. Tudo de acordo com a NBR 9050/2004. Mas enquanto você promove as mudanças necessárias para receber adequadamente essas pessoas, algumas atitudes fazem a diferença.
  • Nunca saia empurrando uma cadeira de rodas antes de saber se a pessoa precisa da sua ajuda. A cadeira é uma extensão do corpo, portanto, tenha sempre respeito ao manusear e nunca faça sem permissão.
  • Procure adaptar os moveis para que uma pessoa em cadeira de rodas possa acessar o balcão sem dificuldades. Essa mesma regra serve para pessoas de baixa estatura que passam por constrangimentos por sequer alcançar os produtos dispostos nas prateleiras ou mesmo pratos de um Buffet.
Lembre-se: acessibilidade não é limitada a pessoas com deficiência, mas é para todos que precisam ter acesso, de maneira digna e segura, aos locais que frequentam. Cumprir minimamente a lei é garantia de respeito, cidadania e boas vendas.  


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